sábado, novembro 03, 2007

NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS

Vale a pena comparar
a evolução dos produtos
em 2002 e em 2007

Amazon your business: publicado em 2007 pelo jornalista holandês Meindert Brower em inglês, holandês, espanhol e português, com os seguintes apoios financeiros: Programa ACTO-DGIS-GTZ, Both ENDS, Conservation International, Hivos, Pequeno Foundation, Solidaridad, Triodos Foundation, UN-organisation UNCTAD e Worldwide Fund for Nature WWF. Este guia de bons negócios na Amazônia é o primeiro a incluir produtos sustentáveis oriundos das florestas e rios de todos os países da bacia: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname. O livro apresenta mais de 50 novos produtos: desde cosméticos, óleos aromáticos, sapatos de couro de crodocilo, sacolas de couro vegetal (como a da foto), jóias de ouro, medicinais, bebidas energéticas, salgadinhos, chocolate, suplementos alimentares, objetos, dentre outros. O guia pretende mostrar como o mercado poder contribuir para a conservação da floresta, a cooperação para o desenvolvimento e a eliminação da pobreza. Apresenta entrevistas com ministros, empreendedores, consultores, líderes de organizações internacionais e de ONGs e moradores locais. Uma seção de network com informações sobre companhias e organizações e endereços na web também está incluído no livro. O livro pode ser adquirido neste endereço: http://www.amazonyourbusiness.nl/

Negócios para Amazônia Sustentável: publicado em 2002-2003 pela Secretaria de Coordenação da Amazônia do MMA, PPG7, Amigos da Terra - Programa Amazônia, WWF Brasil, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do RJ e Couro Vegetal da Amazônia/Amazonlife.
Foi a primeira vez que se colocou 69 produtos amazônicos produzidos de forma sustentável, alguns deles parte da publicação holandesa deste ano. Os produtos foram classificados em oito categorias: arte e cestaria indígena, artesanato de sementes e fibras vegetais, castanha do brasil, ecoturismo, madeira certificada e artefatos, novas alternativas para borracha nativa, produtos fitoterápicos e cosméticos e produtos gastronômicos. Apresenta também uma seção de serviços listando as instituições e programas que apóiam negócios para pequenas comunidades e empresários. Cada produto tem foto, história de produção, origem geográfica e social e a edição é muito bonita e caprichada. Pena que não pode ser adquirido porque o livro está esgotado.

Desafios
Alguns produtos que estavam na primeira publicação também aparecem na segunda, como o couro vegetal e madeira certificada, por exemplo. Duas diferenças principais surgiram nesse mercado. A primeira, a inserção de grandes empresas como a Natura; a segunda, a implantação governamental de projetos de grande escala como a fábrica de preservativos em Xapuri, parceria do Governo do Acre com o Ministério da Saúde.

Os desafios continuam grandes: o mercado industrial é pequeno e os volumes bem menores do que as comunidades podem produzir. Assim, sobra óleo de castanha e de murumuru, por exemplo, em duas comunidades que visitei recentemente, na RDS do rio Itarapuru, no Amapá e na Resex do Médio Juruá, no Amazonas. As comunidades melhoraram a renda e a qualidade de vida, criaram e administram infra-estrutura produtiva dentro da floresta de uma maneira que não seria possível sem essas parcerias, mas ainda estamos falando de iniciativas pilotos.

Sair do piloto e entrar em escala que possa beneficiar todas as comunidades amazônicas é uma desafio que requer uma parceria de longo prazo com governos locais, empresas e comunidades. Já está na hora de acontecer!

2 comentários:

Anônimo disse...

Estava com os dedos coçando para escrever algo sobre essa publicação recente chamada Amazon your business e acho que agora é hora!
1. Aplaudo a iniciativa de atualizar informações sobre casos existentes; e na Amazônia toda
2. Acho que em termos de impressão e ..., é uma publicação atrativa, chamativa, etcera e tal.
3. A edição em português tem vários problemas de tradução...
4. sem enrolar mais, direto ao ponto: acho que há uma diferença CRUCIAL entre esta e a publicação que se baseava numa exposicao, armada por várias mãos, num contexto de promoção de marcas coletivas. A diferença é que esse é praticamente um catálogo pago. Apesar de entender que o autor busca financiamento para o livro, condicionar a publicação de experiências ao pagamento de cotas torna a publicação algo inócuo. E é essa infeliz realidade que o autor sustenta.
5. Para lançar a edição no Brasil, logo mais, o autor está aceitando qualquer negócio da Amazônia, desde que pago. Acho grave e repugnante.
Sinto perfume de picaretagem aí.

Mary Allegretti disse...

Não costumo publicar comentários anônimos e acho uma pena que vc não tenha se identificado...

Mas, honestamente, eu não sabia que o autor cobrava pelas matérias e não vi a tradução em português.

Sendo assim, concordo plenamente que não há comparação entre as duas iniciativas.

Isso também chama a atenção para aquela questão tão verdadeira: as pessoas valorizam mais uma produção feita fora... Na verdade, há quanto tempo as pessoas estão trabalhando nessa área, superando obstáculos e conquistando resultados.

A nossa publicação - a primeira - procurava enfatizar isso e dar visibilidade a este esforço que começou sem apoios e sem grana.

Escreva mais e se identifique.
Mary